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Matéria no site do Itaú Cultural homenageia aniversário de Milton Nascimento com depoimentos de Lô Borges e Augusto Nascimento
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Em entrevistas exclusivas ao site do IC, eles falam sobre o que o artista representa no cenário musical brasileiro e mundial, além de descrever Milton fora dos palcos, uma face pouco conhecida do cantor e compositor
No dia 26 de outubro Milton Nascimento completa 80 anos de idade. Na esteira de comemorações a um dos maiores ícones da história da música brasileira, o Itaú Cultural publica em seu site www.itaucultural.org.br uma homenagem a ele, com declarações amorosas de Lô Borges, companheiro de Bituca no Clube da Esquina, e Augusto Nascimento, seu filho e empresário.
Em entrevistas exclusivas a Juliana Ribeiro, jornalista do Núcleo de Comunicação da instituição, Borges fala de seu encontro com o cantor, ainda menino, e como se desenvolveu as eternas amizade e a parceria musical entre os dois. Nascimento revela um pouco do cotidiano do pai e como é sua convivência com ele.
“A minha vontade de ser músico surgiu no momento em que ouvi aquele gênio fazendo uma coisa lindíssima no violão e na voz,” conta Borges. Ele conheceu o companheiro de jornada por acaso, aos 10 anos, quando, indo à padaria, optou por usar as escadas em vez do elevador – ele morava com os pais no décimo sétimo andar de um prédio em Belo Horizonte – e deu de cara com Bituca, na época com 20 anos, tocando violão. Inebriado diante do que chamou de “conjunção astrológica”.
Ele ficou por ali mesmo, resultando no início de uma parceria frutífera não só para ambos, mas para história da música brasileira e o desenvolvimento das futuras gerações de músicos no mundo. Basta lembrar o alcance transatlântico do Clube da Esquina, movimento inovador de compositores mineiros, que, na década de 60, reunia também Toninho Horta, Wagner Tiso, Beto Guedes e Márcio Borges.
“A gente tem uma amizade bem forte, para a vida toda. Ele é um irmão. Na minha família somos 11 irmãos e ele é considerado o décimo segundo; sempre foi considerado filho pelos meus saudosos pai e mãe, Maricota e Salomão”, afirma Lô Borges, hoje com 70 anos. Para ele, o amigo “abriu um portal” para a música em sua cabeça desde o primeiro encontro, entre o segundo e terceiro andar do edifício belo horizontino. “Foi o primeiro cantor que gravou música minha, a primeira parceria que fiz na vida, me convidou para ir morar no Rio de Janeiro com ele para gravar, assinar e dividir o álbum Clube da esquina (1972). Então, ele representa muita coisa. É o personagem da minha vida,” declara.
Augusto Nascimento, por sua vez, conta que Milton ama receber os amigos em casa, adora acompanhar novelas e faz questão de cada pequena demonstração de afeto e cuidado. “Ele busca sempre demonstrar o quanto se importa, o quanto ama. Sem dúvida, é o melhor pai que eu poderia ter tido”, afirma o produtor, de 29 anos, adotado formalmente pelo músico em 2017. Ele conta que uma das coisas que mais gostam de fazer juntos é ouvir Beatles, banda britânica pela qual têm paixão compartilhada.
O produtor está totalmente envolvido na turnê A última música, atualmente em curso, que marca a despedida de Milton dos palcos. “Acompanhá-lo pelo mundo e ver o quanto a pureza e originalidade de sua música atravessaram todas as fronteiras possíveis, é algo que me enche de orgulho por estar ali, vivendo isso junto dele”.
Escolher uma só música do artista não é tarefa fácil para qualquer brasileiro, mas ambos foram desafiados. Para Lô Borges a eleita é Para Lennon e McCartney. “Porque a partir dessa música fiquei conhecido como compositor. Ele a gravou gentil e generosamente, e me botou na roda da MPB naquele momento”. Para Augusto, que transita entre uma e outra de tempos em tempos, é Pai Grande. “Acho que por eu sentir que traz muito dele, da essência e do artista”.
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